A malha ferroviária de Gana data de seus tempos de colônia Britânica (1820-1957). Foi construída para transporte de matéria prima e bens para áreas a sul das barreiras montanhosas com Acra. Na época, a cidade era o centro comercial para bens de todos os tipos. A malha ferroviária triangular entre Sekondi, Kumasi e Acra possui aproximadamente 1.000 km.

Durante a segunda metade do século 20, os investimentos na malha ferroviária pararam. Como consequência, muito tráfego passou para as rodovias. Nos anos 1990, a Corporação Ferroviária de Gana (Ghana Railway Corporation) deu início a um projeto para revitalizar a malha existente. Elaborado em 2013, o Plano Diretor Ferroviário de Gana propôs um projeto de 6 etapas para construir uma malha nova, com 4.000 km em bitola padrão. O atual governo criou o Ministério de Desenvolvimento Ferroviário e indicou o Hon. Joe Ghartey como ministro: esse movimento político enfatizou a importância estratégica da ferrovia para o desenvolvimento do país no futuro. As novas linhas permitirão o transporte ferroviário para regiões do norte e para o país vizinho Burkina Faso. Como resultado, são estabelecidas conexões entre esse país sem acesso ao mar com os portos marítimos de Tema e Takoradi.

A bitola da via será mudada da bitola do Cabo (1.067 mm) para a bitola padrão (1.435 mm). As linhas serão projetadas para velocidades de até 160 km/h. Maiores carga sobre eixo serão possíveis: 16 t na linha ferroviária oeste, 14 t na linha leste, e 25 t na linha central.

Um projeto de construção Índia – Gana

Começando em Tema, o maior porto marítimo de Gana, a nova linha leste passa por Afienya e termina a poucos quilômetros de Akosombo em Mpakadan. De lá partirá para leste da represa do Lago Volta, ao norte. A nova linha com uma extensão de aproximadamente 96 km será projetada para tráfego misto em velocidades de até 160 km/h. O término da obra da linha ferroviária, incluindo as estações, está agendado para o outono de 2020.

O projeto é uma parceria entre o Ministério de Desenvolvimento de Gana (GRDA) e a Afcons Infrastructure Limited, uma empreiteira indiana que financiou o projeto. A Afcons Infrastructure Limited opera em diversos países, atuando com elevado nível de responsabilidade social: 1.150 dos 1.400 colaboradores são de Gana.

Duas máquinas realizam a manutenção mecanizada das vias: a máquina niveladora, alinhadora e socadora de lastro Unimat Junior 08-16/4 e a distribuidora e reguladora de lastro PBR 400 R. Ambas as máquinas foram construídas pela Plasser Índia. Elas foram entregues no fim de 2019 e começaram a trabalhar no projeto após a aceitação em fevereiro de 2020.